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quinta-feira, dezembro 06, 2007

Ana Cristina César

Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera
e digo do coração: não soube
e digo das palavras: não digo
(não posso ainda acreditar na vida)
e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto.

Ana Cristina César

O Homem Público N. 1 (Antologia)

Tarde aprendi
bom mesmo
é dar a alma como lavada.
Não há razão
para conservar
este fiapo de noite velha.
Que significa isso?
Há uma fita
que vai sendo cortada
deixando uma sombra
no papel.
Discursos detonam.
Não sou eu que estou ali
de roupa escura
sorrindo ou fingindo
ouvir.
No entanto
também escrevi coisas assim,
para pessoas que nem sei mais
quem são,
de uma doçura
venenosa
de tão funda.

Ana Cristina César

"Não sou idêntica a mim mesma
sou e não sou ao mesmo tempo, no mesmo lugar
e sob o mesmo ponto de vista."