"NÃO TE AMO"
Não te amo, quero-te: o amor vem da alma
E eu na alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai, não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida
E a vida - nem sentida
Eu a trago já comigo.
Ai, não te amo, não.
Ai, não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela, e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E infame sou, porque te quero, e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... Não te amo não!
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