quinta-feira, outubro 18, 2007

Caio Fernando Abreu

São dias parados. Por mais que movimentasse em gestos cotidianos, dentro algo permanecia imóvel. Como se meu corpo fosse apenas a moldura do desenho de um rosto apoiado sobre uma das mãos, olhos fixos na distância. Ausentou-se, diriam ao ver-me, se me vissem. E não seria verdade. Nesses dias, estou presente como nunca, tão plena e perto que estou dentro do que chamaria - se tivesse palavras, mas não as tenho ou não quero tê-las - vaga e precisamente de: A Grande Falta.


(editado)

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