segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Nelson Rodrigues

Sabe qual representação do inferno faço para mim mesma? Não o vejo cheio de chamas, de labaredas, não o imagino ardendo em mil fogos eternos. Não, nada. Concebo um inferno como uma sala, confortável, tranquila e moderna, e, dentro dela, um homem e uma mulher, que não se gostam, e estão condenados a viver, perpetuamente, juntos. Se, depois de morta, eu tiver que pagar pelos meus pecados, que me sejam reservadas todas as provações e martírios. Menos um, menos o de ficar, para todo o sempre, ao lado de alguém que não me interesse.

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